A novela foi exibida originalmente no horário das 18h em 1993 e reapresentada uma vez, no horário vespertino, no final de 1996, ambas com a mesma abertura, hoje considerada inapropriada.
Oficialmente, a emissora avaliou que a abertura de 1993 não é “compatível com os padrões morais atuais do país”.
Especula-se que a mudança tenha ocorrido pelo temor de que a novela sofresse uma reclassificação de horário e não pudesse ser exibida no início da tarde
quinta-feira, 17 de maio de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Solange Castro Neves fala da reprise de 'Mulheres de areia' no 'Vale a pena ver de novo'
Achei essa entrevista em um site e achei interessante compartilhar,caso não tenham visto,segue abaixo a entrevista de Solange Castro ao jornalista Andre Bernardo.

"Semana que vem, estou em casa e conversamos melhor", prometeu Ivani Ribeiro à amiga e colaboradora Solange Castro Neves. As duas se encontraram, pela última vez, no dia 14 de julho de 1995, no Hospital Sírio e Libanês, em São Paulo, onde Ivani estava internada. Aos 79 anos, a autora de "Final feliz", "Mulheres de areia" e "A viagem", entre outros clássicos da teledramaturgia brasileira, sofria de insuficiência renal. Portadora de diabetes, morreu três dias depois, sem cumprir a promessa. "Nosso convívio foi maravilhoso, cercado de muito carinho, respeito e amor", recorda Solange.
Com Ivani, Solange atuou como pesquisadora em "Final feliz", de 1982; colaboradora em "Amor com amor se paga", de 1984, e "Mulheres de areia", de 1993, e coautora em "A viagem", de 1994. Em 1996, adaptou para a Globo a novela "Quem é você?", escrita a partir de um argumento deixado por Ivani. De lá para cá, Solange assinou mais duas novelas: "Marcas da paixão", em 2000, e "Roda da vida", em 2002, ambas na Record. "Confesso que, apesar de toda a loucura, ainda sinto saudades de escrever para a TV", afirma a autora, que completou, em junho, 60 anos.
André Bernardo - O que achou da decisão da Globo de reprisar "Mulheres de areia" no "Vale a Pena Ver de Novo"?
Solange Castro Neves - Adorei a ideia porque "Mulheres de areia" foi um grande sucesso e a considero uma obra atemporal. A trama é bem estruturada e os conflitos são atuais, ainda fazem parte do dia-a-dia de milhares de telespectadores. O enredo possui toda a gama de emoções necessárias para prender o público, como ação, alegria, expectativa e até pureza, através do personagem do Tonho da Lua (Marcos Frota). Não podemos esquecer o brilhantismo da atriz Glória Pires, que interpretou as gêmeas Ruth e Raquel, de temperamentos opostos, e, ainda, uma terceira personalidade, quando Raquel se passava por Ruth, imitando os trejeitos e a meiguice da outra.
AB - "Mulheres de areia" foi exibida em 1993. Dezoito anos depois, qual é a lembrança mais forte que vem à sua cabeça?
SCN - Em primeiro lugar, a dificuldade encontrada por Wolf Maya e Paulo Ubiratan (os diretores da novela) para reproduzir as gêmeas. Naquele tempo, não existiam as ferramentas tecnológicas de hoje. Em segundo lugar, o talento e a dedicação de Marcos Frota ao incorporar Tonho da Lua. Ele atingiu o tom perfeito da interpretação de um jovem especial.
AB - Das muitas novelas que escreveu com Ivani Ribeiro, qual delas é a sua favorita? Por quê?
SCN - Essa pergunta é difícil de responder. Ivani foi a minha grande mestra, ensinou-me a não ter medo de soltar as emoções, nem de deixar a minha mente voar. Ensinou-me a importância de cada cena e, principalmente, a ter respeito pelo talento do ator. "Mulheres de areia" deixou uma profunda marca porque Ivani passava por uma fase complicada em que estava com sério problema pessoal e tive de assumir a novela. Contudo, pude contar com a ajuda de Mário Lúcio Vaz e Paulo Ubiratan, que confiaram em mim e a novela foi um grande sucesso. De todas, no entanto, a que mais me acrescentou foi "A viagem". Através desta história, adentrei no mundo espiritual, o que me fez enriquecer muito como ser humano.
AB - Qual teria sido a maior lição que Ivani Ribeiro deixou para você como autora de novelas?
SCN - Para mim, como escritora, a maior lição deixada por Ivani é não permitir que nada, nem ninguém atrapalhe o ritmo do seu trabalho. Aprendi a deixar os problemas do lado de fora, quando entro em meu escritório para trabalhar. Outra grande lição, que ainda procuro colocar em prática, é conservar os pés no chão, mas deixar a cabeça aberta a novas ideias. A pensar, ao escrever, com a cabeça de cada personagem porque, com o passar do tempo, eles tomam vida própria e, às vezes, isso muda o percurso da trama.
AB - É verdade que, mais do que uma parceira, Ivani Ribeiro foi uma mãe para você?
SCN - Ivani era uma grande contadora de histórias, mas, por causa de suas experiências de vida, tornou-se um pouco reservada e demorava a confiar em alguém. Não foi diferente comigo, mas, com o passar do tempo, nosso convívio foi maravilhoso, cercado de muito carinho, respeito e amor. Vou contar um fato que poucas pessoas sabem: Ivani recebeu uma mensagem psicografada de Chico Xavier e, nela, relatou acontecimentos que apenas nós duas sabíamos. Para nossa surpresa, Ivani contou que fui sua filha em outra vida. Este foi um dos dias mais emocionantes da minha vida.
AB - Dos autores que escrevem novela atualmente, qual deles teria o estilo mais parecido com o de Ivani Ribeiro?
SCN - Cada um tem seu estilo próprio. Thelma Guedes e Duca Rachid lembram um pouco a Ivani pela magia, romantismo, diálogos mais trabalhados, mas, assim como cada um de nós tem a sua impressão digital, que é única, cada autor é singular em sua obra.
AB - A sua última novela na Globo foi "Quem é você?", em 1996. Na Record, você escreveu "Marcas da paixão", em 2000, e "Roda da Vida", em 2002. O que você tem feito desde então? Sente saudades de escrever novela?
SCN - Realmente, minha última novela na Globo foi "Quem é você?". Algum tempo depois, pedi demissão por causa de problemas em família. Meu marido adoeceu e, com isso, não podia viajar para o Rio. Acabei aceitando a proposta da Record, por estar localizada em São Paulo, e lá fiz "Marcas da Paixão" e "Roda da Vida". Depois disso, me desliguei de tudo pelo agravamento da doença. Comecei a dar aulas de roteiro em casa, o que me deixou bastante orgulhosa porque muitos dos meus alunos, atualmente, estão trabalhando em TV. Após ter ficado viúva, resolvi enveredar pelo cinema, onde fiz vários trabalhos que estão em fase de produção: um longa, um documentário e um curta. Mas devo confessar que, apesar de toda a loucura que é escrever uma novela, ainda sinto saudades. Quem sabe, um dia, não voltarei à TV?
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